Expectativa vs. Realidade do uso do Revit
- Keren Kaczelnik
- 8 de ago. de 2019
- 2 min de leitura
ou... O que os profissionais não te contam sobre a jornada de aprendizado do Revit
Muito inspirador mesmo ver tanto expert em Revit exibindo todas as suas capacidades, mas como será que foi a jornada até ele chegar ali? Nesse texto vou contar um pouco da minha história com o Revit.
Tudo começou no terceiro semestre da faculdade em que eu sofria para lidar com o SketchUp e foi então que resolvi aprender Revit.
Eu tinha feito o curso, viajado logo em seguida para o intercâmbio e voltei testando minha memória por não ter usado o software durante minha viagem. Meu primeiro projeto usando ele foi um edifício multifuncional pequeno, no quarto semestre. Como eu não sabia mexer direito em materiais e provavelmente não sobrou tempo para pesquisar sobre, meu edifício tinha uma lógica linda em planta, mas por fora ficou parecendo uma prisão, rs.
E lá vou eu para minha segunda tentativa: projeto conceitual totalmente fora da caixa no 5º semestre. O professor viu um papel meio amassado, meio dobradura na minha mesa, apontou para aquilo e disse “legal a sua idéia”.
Challenge accepted.
Segurei o bendito papel em uma mão e com o mouse na outra fui tentando modelar, “tintim por tintim”. E não é que deu certo? Minha primeira nota acima de 8 em projeto na faculdade que serviu como mais um incentivo para continuar investindo no Revit.

Mais para a frente chegou o projeto do 6º semestre, um dos mais temidos pelos alunos por conta de uma série de fatores. Complexo multifuncional. Lá fui eu de novo.
Foi nesse semestre que escutei pela primeira vez um sincero “Desse jeito você vai longe”, dito pelo meu professor de projeto da época. Mais um incentivo para continuar modelando em Revit.
Finalmente chega o Trabalho Final de Graduação.
Como sempre a grande maioria usava o combo CAD + SketchUp enquanto eu insistia no Revit apesar de reclamações com representação gráfica que eu finalmente consegui manipular. Mudei meu projeto e terreno 3 vezes antes da primeira entrega- que já tinha um prazo bem apertado, enquanto todos os outros se mantiveram firmes na primeira (ou no máximo segunda) versão, correndo muito para a entrega. Cheguei a varar no máximo uma noite enquanto o restante do pessoal se sacrificava muito mais por conta do “atraso” causado pela lentidão de modelagem no CAD + SketchUp.
Mas meu ponto não é somente a rapidez ou praticidade de modelagem, e sim a persistência. Se eu tivesse desistido lá no começo muito provavelmente não chegaria onde cheguei, com a cabeça aberta a novas tecnologias e cada vez mais vontade de me aprofundar em BIM. Também não teria mexido com centenas e centenas de itens de agências Santander em Revit, muito menos teria conhecido grandes nomes do BIM na Autodesk University em São Paulo. Trabalhar hoje em dia em projetos 100% em Revit? Pfff! Nem sonhava em chegar a esse ponto.
Muitas pessoas que convivem comigo me dizem ser crítica, quando na verdade eu apenas desconfio- ou seja: se algo está realmente muito trabalhoso de ser feito, pesquisem maneiras melhores para executar esse algo. Com certeza devem ter no mínimo duas. Não fiquem parados e exijam o melhor de vocês mesmos, claro que sempre respeitando seus limites.
E você, o que você já fez para se desafiar hoje?
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